DIÁRIO DE ISABEL

Como sempre acontece, a passagem do tempo traz mudanças e nem sempre para melhor, do ponto de vista pessoal, que afinal é a única forma de perceber a vida. 2023 começou com uma ausência para os moradores do Tijolinho.

Cadê o sorriso de Isabel? Tanto me ajudou a enfrentar o acalorado ano eleitoral , a bebê que percebia a passagem de cada morador ou transeunte, as tentativas dela em fugir para a rua pelas frestas da grade, seu riso fácil, os olhinhos fechados por causa do sol.

Ela completou um ano em dezembro de 2022, com festa no jardim comum do prédio, ela toda linda de roupinha branca.

Depois do Carnaval, Isabel começou a frequentar a tradicional escola em Água Branca, Grão de Chão, criada em 1984. Eu que sempre fui a favor de escola, achei legal.

Sei lá em que fase do desenvolvimento ela entrou -só aos pais compete esse acompanhamento-, mas chora bastante. Escorada em todas as coisas que li na época do crescimento do meu filho, penso: “é a vida dela, inegociável é o desenvolvimento pessoal” etc.

Por outro lado, pensei que talvez interesse a ela, quando crescer, saber que no ano em que nasceu, sua presença alegre foi um alento para quem vivia um momento histórico específico que ela vai estudar. Cabe a ela qualquer opinião que tenha a respeito.

Fotos ela vai ter à exaustão. Não precisa. Assim, depois de concedida a fundamental autorização de seus pais, podemos brincar de crescer novamente. Só que de longe, sem atrapalhar.

Diário de Isabel, segundo Tijolinho. Este é o primeiro post sobre eventuais relatos das experiências de crescimento de uma criança num prédio da região central de SP. Enquanto por aqui ela ou a gente estivermos!

Vale saber: o choro no início do ano de 2023 era causado pelas fatais viroses da vida escolar e o despontar dos dentes, que começaram a aparecer três ou quatro de uma só vez, por volta de abril. Ou seja, o choro foi fundamental para compor o sorriso em qualquer tempo. Coisas da vida.

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