Borboleta-monarca, sob ameaça de extinção

MONARCAS HERDARÃO A TERRA?

New York Times publicou há pouco mais de uma semana (junho, 2023) uma notícia prosaica que eu notei e vou contar o motivo: desde a pandemia me impressionam os textos sobre extinção de espécies, aquecimento global e outros indícios de que a vida no planeta vai mal.

Enfim, pesquisadores descobriram detalhes que fazem a diferença entre as borboletas-monarca, que embarcam em uma das maiores jornadas da natureza. Esses insetos voam mais de 2.000 milhas de suas casas de verão no Canadá até as montanhas do centro do México. Apenas cerca de 30% sobrevivem à viagem. Entre as que sobrevivem, há uma característica compartilhada nas borboletas aptas: as bordas de suas asas tendem a ser ligeiramente mais irregulares.

Enfim. A competência da vida em garantir continuidade desafia todos os esforços dos humanoides trogloditas em destruir seus opositores, reais ou imaginários. Não precisa nem ser vida. Veja o Covid, uma membrana de ácido nucleico dá cabo de parcelas da humanidade.

Por esta e por outras, eu adoro o NYT. Saibam que é um dos poucos jornais do planeta que vai bem financeiramente. Parei de pensar nos motivos faz tempo.

O que eu sei como leitora atualmente único veículo que me traz delicadezas desse tipo sobre a vida. Sei lá se é insano, mas a cada ano se repetem notícias horrendas sobre aquecimento global etc.

Tenho uma suspeita: talvez sejamos um capítulo na história da vida na Terra, e estamos no fim do livro. Presunção pensar que o nosso ocaso seja o fim da vida. Tomara que as flores, árvores e borboletas maratonistas sobrevivam aos homens tal como são.

Há dez anos, eu tive um surto psicótico. Num dos meus delírios, a ideia de não encontrar vida em outros planetas era um desvio da nossa percepção na Terra. Vivíamos em uma espécie de desterro, até um dia atingirmos a capacidade de enxergar a vida. Então o céu acenderia.

Caramba. Sei lá.

Abaixo vai um texto que escrevi durante a pandemia. Trocando o incêndio europeu pelo Canadá, e as previsões mais recentes sobre a muralha de água que especialistas prevêem na Califórnia (EUA), nada mudou.

O assunto dessa semana deveria ser a onda de calor no verão europeu, e os incêndios que devastam áreas da França, Espanha e Portugal. Incrível a capacidade de adaptação humana ao terror: basta assistir a cara surpresa e meio risonha dos entrevistados à beira do rio Tejo, em Portugal, comentando o “calor atípico”.

Cem milhões de americanos do Arizona a Boston estão sob alertas de emergência de calor, e a seca no oeste está se aproximando das proporções do efeito Dust Bowl (taça de pó), enormes tempestades de areia que se estenderam na década de 30 do século passados nas planícies centrais dos EUA. Eram chamadas de “vento negro” e se estenderam por dez anos, resultado de manejo errado do solo.

Por outro lado, reservatórios da costa oeste norte-americana estão secando rapidamente. Também a China no verão registrou temperaturas próximas a 50 graus Celsius. Da mesma forma, o Reino Unido declarou uma emergência nacional quando as temperaturas subiram acima de 40 graus Celsius e partes da Europa estão em chamas.

Enquanto isso, no Congresso norte-americano esta semana, os republicanos alertaram contra ações precipitadas em resposta ao planeta em chamas. Evitam prejudicar a produção local de petróleo. Mas foi um senador democrata, Joe Manchin III, da Virgínia Ocidental, que bloqueou na semana passada o que seria uma ação decisiva para enfrentar o aquecimento planetário. Precipitação?

Sabe o quê? Dane-se.

Já viu -coisa mais linda- a borboleta acima? Pois é, entrou na lista de animais ameaçados de extinção. Motivo: destruição de habitat e fim das correntes migratórias.

Essa bichinha marrom parece uma borboletinha brasileira, mas não. Trata-se da borboleta monarca da América do Norte, cuja aparência vistosa e migração extraordinária a tornaram um dos insetos mais queridos do continente (vivem também no México), foi classificada como ameaçada pela União Internacional para a Conservação da Natureza, a autoridade científica mais abrangente do mundo sobre o status das espécies.

A decisão vem depois de décadas de queda nas populações devido a perdas nas plantas de que precisam como lagartas e nas florestas onde os adultos passam o inverno, combinadas com as mudanças climáticas, segundo a avaliação. Os autores revisaram cerca de cem estudos, entrevistaram especialistas e aplicaram critérios da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas do grupo para chegar a uma decisão.

As monarcas nascem nos EUA e migram para o Sul, para o santuário da Reserva da Biosfera Mariposa Monarca no Estado mexicano de Michoacán. Essas borboletas se reúnem em colônias agrupando-se em pinheiros e árvores coníferas.

Pungente pensar que a morte está tão próxima de animais tão frágeis. Borboletas vivem 24 horas. Um dia apenas. Pode parecer pouco, mas é o suficiente! Elas experimentam flores com seus pés, se alimentam, copulam, procriam e morrem pacificamente. Em apenas 24h, esse inseto sai de seu casulo, vive intensamente e morre de causas naturais.

Quando uma borboleta aparece, tudo em volta se transforma. As crianças percebem. Ver uma borboleta em casa ou na natureza pode ser um sinal de transformação, uma vez que essa pequena criatura é um dos seres que melhor representa o ato de se renovar. Por essa razão, o privilégio de observar um animal do tipo é a oportunidade de refletir sobre a mensagem espiritual acerca da transformação.

É tanta delicadeza, que borboletas são tratadas como mensageiros espirituais Os anjos comunicam-se frequentemente conosco através das borboletas. Quando uma borboleta aparece em seu meio, pode ser o seu anjo da guarda ou espírito guia enviando-lhe um sinal. É difícil ignorar a presença de uma borboleta, então, considere isso como um comunicado importante.

No jardim do prédio as borboletas desapareceram. Vêm em busca de flores, que já foram embora há um ano. Prenúncio de dias piores. Em todos os quintais.

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