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SINAL VERDE EM FEVEREIRO

Este é o segundo post sobre a conjunção do céu em 2023, como prometi em janeiro.

Pois é. Fevereiro chegou e seu grande destaque astronômico é um raro cometa verde, que não nos visitava havia 50 mil anos. Juro que não é mentira. Tenho fotos, feitas nas primeiras horas deste mês, no Hemisfério Norte. E sim, até o céu é Palmeiras no início de 23.

Imagem do cometa E23 no Hemisfério Norte este mês

Foi só eu me programar para noticiar e o céu acendeu cheio de cometas, luas cheias e outras imagens belas. Basta olhar pra cima!

Acredite. Hoje, dia 4, é a melhor data para ver o cometa. Segundo o aplicativo de astronomia Starwalk 2, ele estará bem perto de uma estrela azulada chamada Capela, apontando para o Norte. Vá a uma região onde as luzes da cidade não interfiram na observação do céu. E não esqueçam hábitos que podem render fotos como a acima.

É so tentar fotografar o cometa apontando sua câmera para sua localização aproximada no céu e tirando fotos de longa exposição de 20 a 30 segundos.

Já no dia 10, o cometa estará muito próximo de Marte, que emite um brilho alaranjado, e está localizado na constelação de Touro. Não vá confundir Marte com a Lua gigante ao lado.

Repare que Marte está mais alto. Tem um brilho que pode variar entre rosa pálido e vermelho vivo. Capela está mais abaixo, perto da linha do Horizonte. Se preferir, baixe o aplicativo Sky Tonight, diponível no site Starwalk 2 (link neste texto, acima).

E23 não aparece por aqui há 50 mil anos. Trata-se de uma rocha coberta por gelo sujo. A cor verde vem do cianeto em sua composição, nada a ver com o marketing do time de futebol paulistano.

Ele pertence a um reservatório de cometas de longo período, a Nuvem de Oort, que se movimenta como uma bolha que vaga desde a formação do nosso sistema solar. Uau!

OSCAR 23 SEM SAIR DE CASA

Tá bom, eu disse duas semanas atrás que o Oscar não me interessa mais diante do espetáculo que se apresentou na final da Copa do Mundo de Futebol 22. Menti, mas é que eu ainda não sabia que sou viciada em lista de indicados.

Além disso, alguns podem ser vistos este fim de semana, sem sair de casa. Sopa no mel. Os meus preferidos são da categoria animação, ambos disponíveis no Netflix.

Um deles é Pinóquio, animação em stop-motion sobre as aventuras do boneco de madeira, desta vez pelo olhar de Guillermo del Toro. O filme, um tanto quanto sombrio, passou brevemente pelas salas de cinema, e promete ao público imagens belíssimas e uma reflexão sobre o fascismo, assunto que o cineasta já abordou em outras produções.

Pinóquio não é personagem da Disney, a tradicional gigante de filmes infantis, como pode parecer. Foi inventado pelo italiano Carlo Collodi em 1883. A história em tom de fábula viria a completar o rol de contos de fadas que ficaram conhecidos por gerações.

A outra graciosidade que concorre ao Oscar é a versão aprimorada de Marcel The Shell With Shoes On, Após o fim de seu casamento, o documentarista Dean se muda e descobre Marcel, uma concha falante de uma polegada de altura morando em casa com sua avó, Nana Connie, e Alan, sua bola de fiapos de estimação.

A concha de uma polegada de altura dublada na versão Oscar pela comediante norte-americana Jenny Slate ganha um veículo de longa-metragem, mas a transição do YouTube para o longa foi uma escada para a fama. A versão concorrente ao Oscar é filha da original do sucesso do You Tube, que pode ser visto aqui.

Originalmente, Marcel nasceu em 2010 em um curta de mais de três minutos. Criado por Slate e Dean Fleischer Camp, o curta apresentou Marcel com pequenos traços, um orçamento apertado e animação stop-motion rudimentar, mas eficaz. De origem indeterminada, Marcel mora em um casarão, dorme comendo pão e arrasta uma bola de fiapos com um fio de cabelo humano. Com sua ingenuidade engenhosa, o curta acumulou milhões de visualizações, e o que Marcel logo conquistou foi fama, mais curtas, um livro e agora este veículo de longa metragem.

Mais animações fáceis de assistir concorrendo ao Oscar: The Sea Beast, novo filme de animação da Netflix. “Viva uma grande morte” é o grito de guerra tribal mórbido da personagem principal, uma criança.

E, claro, há uma animação da Disney/Pixar, Turning Red. A história traz uma típica adolescente asiática capaz de se transformar em um panda vermelho gigante sempre que fica animada. Ela mora em Toronto, no Canadá. Vale a pena pela trilha, que inclui músicas escritas por Billie Eilish e seu irmão, Finneas O’Connell. São reproduções de sucessos pop dos anos 2000. 

E há o filme que concorre em 9 categorias, exceto direção e atores principais e coadjuvantes: é a produção alemã “All Quiet on The Western Front”.

Dirigido por Edward Berger, é um dos filmes com mais indicações ao Oscar 2023. Trata-se de uma cruel e realista produção anti guerra. As cenas primorosamente filmadas e a caracterização perfeita em figurino, maquiagem e som conquistaram os membros da Academia norte-americana, creio, já que o filme raramente era citado entre os preferidos da crítica.

Baseado no livro homônimo de Erich Maria Remarque, que narra alguns dos horrores da guerra que o próprio autor vivenciou durante seu tempo como soldado, o enredo gira em torno do jovem Paul Baumer (Felix Kammerer) e seus colegas da linha de frente já nos últimos atos do espetáculo da guerra, em 1918.

Entre os documentários, outra de minhas paixões, está “Navalny”, sobre Aleksei A. Navalny (acima), o líder da oposição russa atualmente preso. Em agosto de 2020, Navalny foi envenenado durante uma viagem à Sibéria. Sob coação, autoridades russas finalmente permitiram que ele fosse levado para a Alemanha para tratamento, onde o veneno foi identificado

Enquanto se recuperava lá, Daniel Roher, um documentarista de 28 anos de Toronto, decidiu usar sua própria forma de contar histórias para lançar luz sobre o dissidente: seguindo Navalny por meses enquanto ele conduzia outra investigação, desta vez sobre seu envenenamento. No Brasil e exterior, o documentário será exibido pela HBO Max.

SUL DO EQUADOR, BOLA DA VEZ

Em janeiro de 2023, estamos prestes a nos render a uma administração profissional do condomínio Edifício São Vicente, o que pode ser bom ou ruim. Cabe aos proprietários refletir. Até agora, estivemos bem. Ocupamos um lugar confortável de São Paulo, a meio caminho entre os centros financeiro e histórico, em um bairro com bom fornecimento de saúde, educação, transporte e lazer.

Os impostos e preços são baixos em relação a outras áreas consideradas nobres, mais distantes e com trânsito nem sempre fácil. Vamos pensar em manter o que temos ao considerar exemplos que temos em outras cidades grandes no planeta. Sei que pela comparação, perdemos em majestade e extensão, mas lá vai.

O complexo de apartamentos Parkchester, no Bronx, em Nova York, tem dez anos a mais que o nosso Edifício São Vicente, em São Paulo. Além dos típicos tijolinhos à mostra, as semelhanças são muitas.

Olhe abaixo. Lembra de algo???

As moradias verticais em Parkchester são na sua origem concebidas como habitações especialmente elegantes para a classe média. Depois de inaugurado, o empreendimento foi classificado como a segunda propriedade mais valiosa de Nova York, atrás do Rockefeller Center.

Entregando mais de 12.000 apartamentos, Parkchester chegou em um momento de grande entusiasmo pela capacidade do design urbano de promover o bem social.

Unia, de um lado, o modelo de arranha-céus do Modernismo – que alcançaria o paroxismo com o edifício Copan, encomendado em 1951 a Oscar Niemeyer como prédio a ser inaugurado no Quarto Centenário de SP, em 1954. Por outro lado, remetia a ideias do urbanismo transformando cidades em amplos espaços artísticos. No Brasil, esta segunda onda redundaria no projeto da capital Brasília, inaugurada em 1962.

Nem uma coisa, nem outra. O nosso Rockefeller Center, o Edifício Copan, concebido como condomínio que uniria um grande centro comercial e de lazer a residências, deu ruim.

Com o declínio da região central de SP nos anos 1970, o edifício entrou em decadência e durante muitos anos sua imagem esteve associada a um ambiente conturbado. Chegou a ser considerado um cortiço vertical. Após a década de 1990, com o início da revitalização do Centro, o Copan atraiu a classe média, em busca de moradia de qualidade, bem localizada e com preços mais baixos.

Mas desde os anos 1980 era visível o contraste entre os blocos, já que o Bloco D tem apartamentos de três quartos, com moradores de alto poder aquisitivo, enquanto no Bloco B, considerado o mais pobre do prédio, há 448 quitinetes e 192 apartamentos de quarto e sala conjugados.

A logística monumental de um grupo imenso de moradores em espaço reduzido constitui eterno desafio, como a passagem do tempo mostrou. São problemas do Copan até hoje estabelecer um fluxo na coleta de toneladas diárias de lixo, manutenção de 22 elevadores e rotina de mais de 5 mil moradores, entre adultos, idosos e crianças. Até o que deveria ser rotina, como a manutenção ou a limpeza das fachadas sinuosas, devido à magnitude do edifício sempre acaba em discussão entre a Prefeitura, poder púbico e moradores.

Enquanto isso, no Bronx…

Nas décadas de 1970 e 1980, os apartamentos de Parkchester, em NY, foram convertidos em condomínios e disponibilizados a um custo relativamente baixo para as famílias que neles residiam. Metade foi comprada por um consórcio e permaneceu em imóveis alugados; alguns outros foram comprados por indivíduos que também os alugaram. Pelos padrões de preços astronômicos de moradias atuais, os apartamentos continuam relativamente razoáveis ​​- um de dois quartos pode custar menos de US$ 1.900 por mês ou ser vendido por cerca de US$ 250.000. 

Existe em Nova York a questão racial, que ainda impede que público branco em ascensão considere dividir moradia com chamadas minorias raciais que atualmente ocupam esses imóveis: hispanos asiáticos, afro americanos. Duvido que esta questão ocupe o mesmo espaço em relação a quesitos como proximidade de aparelhos urbanos, qualidade x preço de imóveis.

De resto, acredito que Santa Cecília, Barra Funda e Bom Retiro serão os bairros da vez em São Paulo, aos moldes do que tem acontecido em outros lugares do mundo.

TEM CHEIRO E NOME DE FLOR…NOSSA VIZINHA…

Hoje desapareceu minha amiga do 309, Rosa Maria Whitaker Ferreira Sampaio. Tristeza infinita. Sem palavras. Segue abaixo texto que escrevi sobre ela.

Eu não posso me queixar. Tenho sorte na vida. Jamais desembolsei um tostão para estudar. Nunca senti grandes dores físicas – essas coisas como parto difícil, fome, ferimentos advindos de guerra ou violência em guetos urbanos. E olha que eu nasci na periferia e vivo até hoje em São Paulo, uma das maiores megalópoles do planeta, século 21.

Eu tenho sorte. Quando meu filho era pequeno, final dos anos 1990, e eu morava na rua Piauí, quem vivia no andar de cima, pronta a fornecer dicas para mães de primeira viagem? A educadora Rosa Maria Whitaker Ferreira Sampaio, especialista no Brasil da pedagogia desenvolvida pelo educador e anarquista francês Célestin Freinet (1896-1966).

Quando mudei para cá, início dos anos 2000, encontrei minha antiga vizinha do andar de cima instalada em meu novo prédio! E no mesmo andar, sobre o meu!

Colagem de Rosa Whitaker, 2019

Além de sortuda, sou daquelas que não acreditam em coincidências. Passei a considerar a presença da Rosa perto de mim amuleto capaz de conjurar qualquer prática educacional duvidosa que pudesse prejudicar meu filho, então em idade escolar.

O apartamento da Rosa (309), como explicar? É maravilhoso (vejam no vídeo abaixo). Ali ela desenvolveu anos de atividade em grupos. Publicou livros, também.

Nos últimos anos, Rosa estava me auxiliando em colagens -incrível como ajuda no equilíbrio- e revisitando seus álbuns de fotos antigas, viagens do passado que ela fazia com o marido já falecido. Daí veio a pandemia e ficamos afastadas mais de dois anos.

Suas netas desenvolvem um trabalho genial de ecoterapia com cavalos no interior de São Paulo. Sua irmã, Helena (já falecida, que morou um tempo aqui em cima) desenvolveu um trabalho importante de terapias para resgate de movimento em crianças com distúrbios neurológicos.

Queria mostrar aqui um livro da Rosa publicado há pouco tempo, “Histórias da Minha Infância”. São colagens em papel colorido agregadas a fotos de infância. As reminiscências são narradas como se a autora sentisse as memórias, como se novamente tivesse a idade das fotos. Coisa mais linda.

Minha amiga do quarto ao lado durante toda a vida

Acontece que o livro está fora do meu alcance, na estante. Como sou cadeirante , vou ter que esperar alguém aparecer ou publicar assim mesmo. Depois eu posto imagens do livro. Por enquanto, vou mostrar as colagens e os recortes que fizemos juntas até a pandemia.

Homenagem à minha querida Rosa, a eterna vizinha do andar de cima, presente que eu ganhei nesta vida em SP

O CALCANHAR DE AQUILES…

Quando criança eu tinha um gibi com aventuras ilustradas de heróis de cultura e mitologia grega. Existiu um herói da Guerra de Tróia, famoso por ter corpo fechado a flechas e espadas. Seu nome era Aquiles, teria sido mergulhado numa água anti perfurações. Mas o calcanhar ficou de fora, e era ali o ponto fraco do guerreiro.

A coisa é a seguinte. Desde então, eu uso essa bagaçada – a expressão “calcanhar de Aquiles”- quando quero indicar ponto fraco de alguém ou alguma coisa. A esse respeito, tenho reclamado a cada mês com a Graiche, nova administradora do condomínio, sem obter resposta. A próxima queixa vai bater nos vizinhos.

Em primeiro lugar, e antes de qualquer coisa, quero saber se a chamada isenção da taxa condominial em novembro de 2021 era mesmo de apenas R$ 1.315,60, relativa ao cargo de síndico, ou ainda se estendia à isenção da tesoureira, e porque não consta, embora tenha ocupado o cargo até dezembro de 2021. O cargo estava extinto? Cadê o valor?

Tão importante quanto esse esclarecimento, é saber porque a denominação “condomínios em atraso em 31/11/2021” , no valor de R$ 82.251,95, não permanecem assim na coluna abaixo, de receitas realizadas. Ao invés disso, existe a denominação “condomínios em atraso recebidos”, no valor de 8.158,90, e logo abaixo a denominação “recebimentos do período”, no valor de R$ 95.986,13. Pergunta-se: qual o outro recebimento num condomínio além do pagamento da taxa devida por cada morador? Por que motivo existem duas entradas de crédito em relação a isso?

Eu consigo imaginar que dia 31 o recebimento das taxas não esteja ainda em atraso tecnicamente, já que o condomínio vence dia 1 de cada mês. Que tal mudar a data de vencimento ou ajeitar a administração das contas?

Outra: consta em despesas gerais, um valor de R$ 600,00 pago a Marcia dos Santos por projeções e sonorizações no dia 7 de dezembro de 2021. Caro, se avaliarmos que a portaria está quebrada até hoje e só gastamos R$ 213,00 no mesmo período.

Aqui está a prestação de contas da Graiche.

ANTI MUDANÇAS UMA OVA! ABAIXO DEMISSÕES!

A ata com resumo dos temas tratados na última assembleia do Condomínio Edifício São Vicente (15 de julho de 2021) não demonstra nem de longe o que aconteceu.

Primeiro: o documento não traz o quorum presente. Pergunta: qual o motivo do descumprimento dessa regra básica a ser seguida em documentos do gênero?

Vale dizer que a assembleia contou com a presença de grande número de moradores. Precisamos saber quantos.

Segundo: a proposta de modernização dos portões e desativação da guarita de automóveis continua atrelada à demissão de funcionários.

Eu falo por mim. Não sou relutante a mudanças, pelo contrário. Mas quero apenas as mudanças que sejam boas para todos nós, brasileiros. Se não houver jeito, as que redundem em melhoria na cidade. O resto é discussão de interesse particular. Nada a ver com mudança, digo, o significado da palavra.

O MAIOR DE TODOS OS MEDOS

Tive  uma semana horrorosa, cheia de pesadelos. Meus medos todos vieram reunidos me assombrar.

Primeiro. A tempestade na noite de dia 11, que resultou na inundação dos apartamentos dos andares 10 e 11, não sei em quais blocos, de nosso edifício. 

Ao que parece,  a obra de restauração dos tijolinhos da fachada resultou em entupimento dos canos por resíduos, a tempestade veio e o encanamento não deu conta.

 Resultado: isso teria ocasionado enchente nos últimos andares de um edifício na zona oeste de São Paulo. Falo no condicional porque já passei por isso, logo que mudei para cá, mas moro no segundo andar. Na ocasião,  água descia como rio pelo fosso do elevador principal. E não havia obra, ou entupimento visível.

Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden está patrocinando empréstimo para reformas em edifícios nas zonas atmosféricas do país em que temperaturas muito baixas eram incomuns, tais como o Texas, onde tragédias ocorreram inverno passado. Os canos estouraram depois do congelamento de  água.

Em outubro, tempestades raramente registradas têm ocorrido no interior de São Paulo, como em 2 de outubro, na região de Araraquara.

A s rajadas de chuva foram precedidas de uma imensa nuvem de poeira.  Tempestades assombrosas ocorrem em alguns países do mundo, e há centrais locais de acompanhamento de eventos do tipo. Como em Córdoba, na Argentina.

Segundo. Aparente bobagem, uma notícia sobre a farsa do sal da cordilheira dos Himalaias. Naturebas do mundo inteiro foram enganados com a lorota do sal do Himalaia, substância apregoada como de extrema pureza, originada no cordilheira que abrigou o surgimento das duas maiores civilizações do planeta, India e China.

Pois é, descobriu-se que o tal sal rosa não passa de pedra esmigalhada por populações escravizadas no Paquistão, Além de tudo, a rocha contém óxido de ferro, um perigo para a saúde.

Eu já usei sal do Himalaia. Imaginem este e outros tantos trastes para a saúde que eu ingeri antes de desenvolver uma doença auto imune, causada pela inadequação de glóbulos brancos a substâncias antes inexistentes no corpo humano.

Ai penso: será que eu mesmo me envenenei por ignorância? Minha fisioterapeuta veio em auxílio e disparou: “quem sabe você não ingeriu sal do Himalaia falso, feito no Brasil com sal grosso e corante?”

Deus, perdoai-nos. Nós não sabemos o que estamos fazendo. E de quebra, sei que a fisio gosta verdadeiramente de mim.

Terceiro:  assino um canal de documentários desses feitos com celular. Recentemente, assisti um sobre Norilsk, a cidade mais setentrional do mundo, na Sibéria.  Fica a 300 km do Círculo Polar Ártico. O documentário mostra uma cidade poluída ao extremo, fruto da extração de gás que aquece e abastece a Europa. E já está nevando lá, desde setembro.

Acho que meu filho está certo, e em dez anos, prazo da ONU para deter o aquecimento global,  não vai dar tempo.

Se alguém acredita que existe alguma possibilidade de deter o avanço do aquecimento global, o video que mostra a cidade na Sibéria prova que não.  Percebam o horror espalhado pelo planeta.  Já começou?

A tempestades fortes excedem sua capacidade projetada. Casas costeiras e rodovias estão desmoronando à medida que o escoamento intensivo erode os penhascos. As cinzas de carvão, o resíduo tóxico produzido pelas usinas de queima de carvão, estão se espalhando nos rios à medida que as enchentes superam as barreiras destinadas a contê-las. Casas antes fora do alcance de incêndios florestais estão queimando em chamas que nunca foram projetadas para suportar.

E mais: se alguém acredita que poderemos na base de conversa parar isso, que comece agora a falar.  Vamos começar por uma reunião em nosso condomínio, quem sabe, para discutir a estrutura do encanamento e reformas necessárias.

Depois, vamos assistir o desempenho dos lideres deste planeta, numa conferência em Londres, capitaneada por Boris Johnson. Os primeiros da fila de ouvintes ou oradores: Putin e Bolsonaro. Não importa a ordem na fila.

 

TAPETE DA FAMA PARA PETS EM NY

Vale a pena conferir os destaques de dois festivais insólitos que voltaram em 2021, após dois anos de pandemia. Eles são o Festival NY de Gatos e o Festival NY de Cachorros, ambos na segunda quinzena de outubro, em Manhattan. O evento dos gatos reunirá 21 obras com no máximo 90 minutos de duração.

O de cachorros terá 21 curta-metragens. A iniciativa é da autora e apresentadora de rádio Tracie Hotchner, que criou o festival de cães em 2015 e o de gatos dois anos depois.

O siamês protagonista de “Quarantine Day”, de Jasmin Scuteri-Young reclama da presença constante de sua “humana”. O mesmo acontece em “House Cats”, de Asali Echols. As dublagens das vozes dos animais feitas por humanos são hilárias.

Assista “Quarantine Day”, de Jamin Scuteri-Young

Os temas do festival canino, por outro lado, nunca parecem desejar o distanciamento social. “Você não acredita em espaço pessoal”, diz Kyle Scoble ternamente a Darla, sua mistura de labrador retriever-ponteiro, no documentário “The Second Time I Got to Know My Dog” .

Mas os gatos podem ter uma razão para suas atitudes aparentemente indiferentes. Afinal, gatos vivem em eterno bloqueio, presos dentro de casa. Assim, são feitos sob medida para a vida entre quatro paredes, exceto pela presença nem sempre esperada de seres humanos.

A animação de David Coole chamada “Go Fetch” é uma comédia de vingança de dois minutos, e tem muito mais dos exames em profundidade do vínculo humano-animal que fundamentava os dois festivais em seu início.

Uma bolinha vingativa no festival de cachorros

O festival conta com representantes de outros países. Do Brasil vem o documentário de Thiago Köche, que retrata a vida dos moradores de rua de Porto Alegre, que muitas vezes cuidam melhor de seus cães do que de si próprios. Os animais de estimação leais também atraem a preocupação dos transeuntes, que algumas vezes ignoram o sofrimento dos donos dos animais.

“Pessoas que amam cachorros simplesmente olham além dos humanos”, disse Hotchner. “Eu adoraria mais filmes sobre isso, porque acho que é o que não queremos ver.”

Assista o trailer do documentário de Thiago Köche feito com moradores de rua em Porto Alegre